A relação: cidade e público

As cidades contemporâneas são complexas na sua estrutura e função, tornaram-se fragmentos de “não-lugares”, espaços anónimos e vazios de significado. A sua estrutura estética é composta por um conjunto de colagens, onde as imagens e citações de publicidade formam a paisagem visual vista pelo público. A importância desta paixão da cidade moderna e das multidões é a de que ela permite ao artista encontrar beleza e harmonia onde se poderia ver apenas o caos, desumanização, ou a própria impossibilidade de prosseguir ainda uma experiência humana […] (Baudelaire. 2006, p.79)

Ao construir a cidade como obra de arte necessitamos de pensar o espaço público como morada social, corpo colectivo e lugar de acolhimento da multiplicidade de expressões culturais. O público habita o corpo da cidade. Os edifícios, os monumentos, as intervenções contribuem para a formação desse corpo social, com carácter do lugar.

:::BAUDELAIRE, Charles. O pintor da vida moderna. 4º Edição. Passagens. Lisboa, 2006.